sábado, 16 de maio de 2009

Sonhos e Ilusões - Andar

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Se imagine, na maior cidade do Brasil.....agora se imagine andando pelas suas calçadas.....

Nessas calçadas, vejo pessoas de todas as etnias, de todos os lugares, sendo eles distantes ou perto. Pessoas sofridas ou não, com pressa ou sem pressa. Eu me vejo sem pressa alguma, me vejo olhando para as pessoas ao meu redor, olhando seus rostos, como se fosse algo novo, como se nunca tivesse visto tais semblantes, como se fossem diferentes de mim, marcas de espressão, olhos diferentes, bocas mudas, ouvidos surdos, todos os sentidos, sem sentido algum. Andar, somente isso, passa por mim um homem de Terno e gravata, com uma mochila nas costa, hum deve estar atrasado, mas para onde, para onde deve estar este atraso?

Meus pés doem, vontade imensa de tirar os sapatos, mas o que irão pensar, hum pensar, olho para o chão, mas vejo que só eu olho, ninguém mais olha, o transito é caótico, é mais interessante olhar para ele, não, não, o meu foco é meu destino, e meu destino tem que ser o meu foco, NÃO, calem-se, meus pés ainda doem....

Poxa o tempo está cinza grafite, deve ser grafite 0,7, mas se eu for olhar para o céu, vou ficar tonta, os prédios fazem um barulho estridente, estou para enlouquecer, mas me engano não é os prédios, são os ventos que por eles passam, vento?? mas que vento?? não vejo vento algum...
Só vejo o cinza grafite da minha lapizeira.

Continuo andando, as pessoas estão vindo ao meu encontro, não, não, elas estão passando por mim, será que elas me veem como as vejo? Tolice. O vento dança entre as pessoas a minha frente, as roupas delas, bailam, seus cabelos flutuam sobre o espaço entre nós, as pessoas seguram seus cabelos, mas prefiro deixar os meus livres, curtam o vento meu corpo, seja livre, o vento é bom, ele refresca, paro e olho para o céu, sinto a primeira gota de chuva no meu olho, as pessoas correm rápido, o vento se torna frio, o cinza garfite se torna mais escuro, se ouve uma melodia angustiante, para não se molhar, as mulheres protegem os cabelos, pois escovas e chapinhas custam caro e é sofredor faze-las, mas a industria da beleza as obrigam a passar por sofrimentos como estes, meus pés se molham com rapidez, tento correr, mas meu corpo pede para eu caminhar, então obedeço suas ordens, a melodia continua nas calçadas da Av. Paulista, mas agora elas são especificas, são buzinas desesperadas.....a chuva é boa, algumas pessoas caminham comigo, elas sentem a chuva, a chuva nos lava a alma, olho mais uma vez para o céu negro, desta vez, e lembro-me que estou me molhando e logo vejo a estação do metrô....... a chuva e boa, caminhar lava a alma, ou é a chuva lava a alma e caminhar é bom......

entro na estação, logo estou no meu destino, pessoas molhadas, pessoas cheirosas, pessoas e pessoas, todas sem sentido e todas com um destino.....saio da estação abro minha sombrinha, mas estou molhada, para que abrir ela?

Continuo andando !!!!

kellinha

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