sábado, 23 de janeiro de 2010

Crônica da Loucura


(Luis Fernando Verissimo)


O melhor da Terapia é ficar observando os meus colegas loucos.
Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim, somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou sete outros loucos todos os dias, meses, anos.

Se não era louco, ficou. Durante quarenta anos, passei longe deles. Pronto, acabei diante de um louco, contando as minhas loucuras acumuladas. Confesso, como louco confesso, que estou adorando estar louco semanal. O melhor da terapia é chegar antes, alguns minutos e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera. Onde faço a minha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer dali a pouco.

Ninguém olha para ninguém. O silencio é uma loucura. E eu, como escritor, adoro observar pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos têm, se são rotarianos ou leoninos, corintianos ou palmeirenses. Acho que todo escritor gosta desse brinquedo, no mínimo, criativo. E a sala de espera de um "consultório médico", como diz a atendente absolutamente normal (apenas uma pessoa normal lê tanto Paulo Coelho como ela), é um prato cheio para um louco escritor como eu.

Senão, vejamos: Na última quarta-feira, estávamos: (1) eu, (2) um crioulinho muito bem vestido, (3) um senhor de uns cinqüenta anos e (4) uma velha gorda. Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual seria o problema de cada um deles. Não foi difícil, porque eu já partia do principio que todos eram loucos, como eu. Senão, não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados.

2) O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para levá-lo até aquela poltrona de vime. Deve gostar de uma branca, e os pais dela não aprovam ou conseguiu entrar como sócio do "Harmonia do Samba"? Notei que o tênis estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala. Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro. Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso. Afastei-me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da mala assassina.

3) E o senhor de terno preto, gravata, meias e sapatos também pretos? Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. Corno, na certa. E manso. Corno manso sempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roia as unhas. Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz esse meu personagem. Uma hora tirou o lenço e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assoou o nariz violentamente, interrompendo o Paulo Coelho da outra. Faltava um botão na camisa. Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual? Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigode daqueles. Tingido.

4) Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa. Como sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. Não devia fazer amor há mais de trinta anos. Será que era esse o problema dela? Não! Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava no quinto cigarro em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve-Rainha por ela, se a conhecesse.

Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu psicanalista. Conto para ele a minha "viagem" na sala de espera. Ele ri, ri muito, o meu psicanalista e diz:

2) O Ditinho é o nosso office-boy.
3) O de terno preto é representante de um laboratório multinacional de remédios lá no Ipiranga e passa aqui uma vez por mês com as novidades.
4) E a gordinha é a Dona Dirce, a minha mãe. E você, não vai ter alta tão cedo..."

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Explicações

Oi pessoal!!!

Dei uma sumidinha né rsrs
É depois do meu ano novo que foi tragico, os meus dias de inicio de 2010 estão indo pelo mesmo caminho, por isso que não estou escrevendo muito, na verdade me deu um bloqueio de escritor rsrsrsrs.

Assim que esse bloqueio sumir e essa fase passar, eu volto a postar aqui no entre sonhos e ilusões, mas enquanto isso........ quem ainda não o fez pode fazer : Pode começar a ler lá desde o inicio o primeiro post rsrsrrs, é pedir de mais né kkkkkkkkkkkkkk

Enfim curtão minhas férias !!!!

Bjinhos hasta luego ......

Kelly & Kyoto

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Mais uma de Perfil's


Ka eu passeando pelos perfil's que me visitam, parei para ler este, e me interessei e achei digno de estar aqui no Entre Sonhos e Ilusões, é bem a cara desse lugar: Aproveitem a leitura!!!!!


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna;
ou melhor não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

Kyotinho em mais uma de "Perfil's"

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Livro

Porque os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor !!!!

Se a mulher conversa muito, é sinal de que gosta de você.Se ela não lhe dirige a palavra, você esta encrencado.

trechos interessantes do livro:

Mulheres usam as palavras para mostrar que está participandoda conversa e conseguir aproximação. Para ela, as palavras são uma forma de recompensa.Se gosta de você, concorda com o que que dizou quer ser sua amiga, ela fala muito. O contrario tambem acontece:se quer castiga-lo ou demonstrar que você não esta agradando, ela se cala. Quando uma mulher ameaça:" Nunca mais falo com você", é melhor levar a sério.

Um homem leva em média, de nove minutos de silêncio para perceber que está sendo castigado pela mulher. Até a marca dos nove minutos, ele aceita o silencio como um premio - afinal, conseguiu um pouco de paz e sossego. Em todos os cantos do mundo há homens reclamando que asmulheres falam de mais. E é verdade. Comparadas aos homens, elasfalam bastante

Fechando :
" As mulheres não desenvolveram suas habilidades espaciais porqueo máximo que vêm caçando através dos tempos é o bicho Homem."

ESte é um livro muito bom para ser lido, vale a pena, você começae não para até acabar gastei 2 dias para ler, claro em minha viagem a casa de minha vó, comemorar seu aniversário, o que foi maravilhoso, pela primeira vez depois dos meus 15 anos, todos nósreunidos, eu e meu irmão os unicos netos, e minha mãe unica filha, e meu pai unico genro. Final de semana memoravel o ultimo de 2009.

Kyotinho em "Livros para viagem "

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Pro dia Nascer Feliz

Cazuza -




Todo dia a insônia

Me convence que o céu

Faz tudo ficar infinito

E que a solidão

É pretensão de quem fica

Escondido, fazendo fita



Todo dia tem a hora da sessão coruja

Só entende quem namora

Agora vam'bora

Estamos, meu bem, por um triz

Pro dia nascer feliz

Pro dia nascer feliz

O mundo acordar

E a gente dormir



Pro dia nascer feliz

Essa é a vida que eu quis

O mundo inteiro acordar

E a gente dormir



Todo dia é dia

E tudo em nome do amor

Essa é a vida que eu quis

Procurando vaga

Uma hora aqui, outra ali

No vai-e-vem dos teus quadris



Nadando contra a corrente

Só pra exercitar

Todo o músculo que sente

Me dê de presente o teu bis

Pro dia nascer feliz

Pro dia nascer feliz

O mundo inteiro acordar

E a gente dormir, dormir

Pro dia nascer feliz

Essa é a vida que eu quis

O mundo inteiro acordar

E a gente dormir

domingo, 3 de janeiro de 2010

[Quero saber o que é o amor]

Eu tenho que dar um tempo
Um pouco de tempo para pensar melhor nas coisas
É melhor eu ler nas entrelinhas

Caso eu precise quando estiver mais velha
Na minha vida houve mágoa e dor
Não sei se consigo encarar isso de novo

Não posso parar agora, já viajei até aqui
Para mudar esta vida solitária
Quero saber o que é o amor
Quero que você me mostre
Quero sentir o que é o amor

Sei que você pode me mostrar
Vou dar um tempo
Um tempo para olhar a minha volta
Não tenho mais onde me esconder
Parece que o amor finalmente me encontrou

Na minha vida houve mágoa e dor
Não sei se consigo encarar isso de novo
Não posso parar agora, já viajei até aqui
Para mudar esta vida solitária

Quero saber o que é o amor
Quero que você me mostre
Quero sentir o que é o amor
Sei que você pode me mostrar (Quero saber)

Quero saber o que é o amor
Quero que você me mostre
Quero sentir o que é o amor
Sei que você pode me mostrar

Eu quero saber o que é o amor
Eu quero que você me mostre
Eu quero sentir o que é amor

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Sonho tem tamanho?

(por Alexandre Pelegi)

Há pessoas que têm o hábito de sonhar, como há aquelas que nunca sonham porque não conseguem se desligar de seus hábitos...


Os que sonham por hábito correm o sério risco de nada realizar. Sonham tanto que chegam a pensar que é real aquilo que só se passa em seus devaneios. Criam um mundo imaginário, bem distante da dura realidade que todos temos de encarar desde a hora que levantamos. Quando a única alternativa possível para evoluir está em encarar a dureza dos obstáculos, fogem de mansinho para este mundo lúdico.


Os que deixam de sonhar por apegos a hábitos formam o lado oposto. Gostam de ser vistos como realistas, gente pé-no-chão. Partem do princípio de que as coisas não são modificáveis, existem para que nos adaptemos a elas, e quaisquer tentativas de subverter tal axioma quase divino são encaradas como insanas e perigosas. Apesar de se sentirem seguidores da objetividade, tornam-se o que há de pior num ambiente social – são os conformistas, avessos às mudanças, guardiões do status quo.


Descobrir a linha que separa o sonhar do fazer é parte da busca pela felicidade. Define com crueza até que ponto somos lunáticos, até que instante nos tornamos obstáculos. Se somos peso morto nas mudanças, ou se nos tornamos defensores da constância.


O sonho se alimenta da vida, e a vida só tem graça se é movida a sonho. Logo, sonhar é condição para ser feliz. Felicidade, no entanto, não é sonho, mas um estado de espírito que só atingimos quando nos permitimos ser aquilo que ainda não somos; quando acreditamos que podemos; e quando realizamos, entre o sonhar e o fazer, o verdadeiro tamanho do que somos.
Sonhar é portanto a única maneira de se autoconhecer. De sentir nossos limites e deficiências. De descobrir nossas virtudes e vocações, talentos e habilidades.


Sonhando nós tornamos possível o que queremos, ao mesmo tempo que aprendemos a querer somente aquilo que sentimos possível. Essa mágica acontece porque neste exercício de vida vamos calibrando a distância dos caminhos ao tamanho de nossas pernas; a extensão dos horizontes ao alcance de nossa vista; a fruta dos desejos ao comprimento de nossos braços. Nem sonhadores, nem conformistas.

Nosso propósito de vida é aprender a sonhar enquanto se vive, e a viver com prazer graças aos sonhos que nos permitimos.